sábado, 4 de setembro de 2010

Arteterapia



A Arteterapia é um caminho através do qual cada indivíduo pode encontrar possibilidades de expressão para, através de técnicas e materiais artísticos, processar, elaborar e redimensionar suas dificuldades na vida.

De acordo com o Family Guide to Alternative Medicine (Dicionário de Medicina Natural), a Arteterapia atende a qualquer pessoa que tenha problemas emocionais ou psicológicos ou queira saber mais sobre si própria, especialmente se acha difícil exprimir-se por palavras. É especialmente recomendado em grupo para pessoas com dificuldades no relacionamento com os outros ou que sofram de problemas, como Alcoolismo, Anorexia e Bulimia, Dependência de Drogras, Deficiências Físicas ou Mentais que interferem na capacidade de comunicação. Muitas vezes elas conseguem exprimir medos e necessidades que estão tão profundamente ocultos que a pessoa normalmente nem tem consciência deles. Dar-lhes uma forma visual, com tintas, barro ou qualquer outro meio artístico, pode ser a primeira fase no processo de cura, pois ajuda a pessoa a reconhecer seus problemas e a redescobrir sua capacidade criativa.
Ainda segundo este Dicionário de Medicina Natural: As pessoas que se preocupam por que julgam que não são capazes de desenhar ou pintar, são tranqüilizadas já no início do trabalho, pois que recebendo materiais diversos e conhecendo técnicas variadas têm a oportunidade de se expressarem espontaneamente resgatando o lado lúdico da infância, muitas vezes esquecido e abandonado à medida que cresceram e se tornaram adultos.


"Toda a obra de um homem, seja em literatura, música, pintura, arquitetura ou em qualquer outra coisa, é sempre um auto-retrato; e quanto mais ele se tentar esconder, mais o seu caráter se revelará, contra a sua vontade."

Samuel Butler


Fonte: http://richardlimaarteearquitetura.blogspot.com/
Imagem: http://agadeshe.blogspot.com/

domingo, 15 de agosto de 2010

Aula e oficinas de Arteterapia

Durante o último encontro para orientações para o Estágio Supervisionado com a psicopedagoga e arteterapeuta Djenane, houve momentos muito descontraídos e importantes com oficina de modelagem em argila e reutilização de embalagens plásticas.

















Outras artes da Professora Djenane: clique aqui!!

domingo, 27 de junho de 2010

Criança tem que desenhar.



Um pedido da pedagoga e da psicomotricista às mães e pais do meu Brasil varonil:

- Deixem seus filhos desenhar!!!

Como professora do Ensino Fundamental eu fico besta em constatar a quantidade de criança que não desenha: seja porque não tem tempo (como assim????), seja porque lhe dizem que é uma bobagem (!!!!) ou porque na sua casa não tem papel e lápis, ou giz de cera, ou carvão para os pequenos se expressarem.

O desenho é o canal por onde a criança pequena, e até mesmo a maiorzinha, possui para exprimir como sente o mundo, como as coisas lhe parecem. A criança ainda não tem vocabulário suficiente para nomear o mundo (isso cabe ao adulto ensinar-lhe), então é no desenho que ela se revela, expõe sua visão do meio.

O desenho de uma criança nunca é bonito ou feio. Não se avalia um desenho infantil nesse aspecto. Não ajuda muito dizer ao seu filho de 6 anos que o desenho que ele fez está “liiiindo”. Quando ele vier com o desenho nas mãos e perguntar a sua opinião, devolva-lhe a pergunta: “O que você acha do seu desenho?”. Você vai ter boas surpresas com a resposta. E de quebra, vai ajudar o seu filho a desenvolver seu senso crítico.

Nenhum ‘exercício’ é mais completo para fortalecer as articulações e músculos das mãos e punho do que o desenho. O desenho é o melhor treino motor para a escrita. Escolha o material adequado a cada faixa etária para que seu filho possa tirar o melhor proveito desse momento:

- crianças de 2 a 3 anos e meio : giz de cera grosso, pintura com as mãozinhas.
- crianças de 4 e 5 anos: giz de cera de diversos tamanhos, hidrocor de ponta grossa, pintura com os dedinhos, pincel de cerda grossa.
- crianças acima de 5 anos: todos os anteriores, somados ao lápis de cor e pincéis de diversas espessuras.

Eleja com a criança um local da casa para fazer esses trabalhos, deixe papéis à mão, assim como o material. Deixe-a livre para desenhar o que quiser. Aproveite para estreitar o vínculo com seu filho, pegue um papel também, desenhe com ele.

Seja paciente. Não cobre, não exija perfeição. Não tente decifrar o desenho. Não queira que a criança faça do seu modo. Ela tem que fazer do modo dela.

O desenvolvimento de um adulto autônomo, seguro e confiante começa nesses pequenos, e aparentemente simples, gestos.

Pense sobre isso.

Fonte: Balaio da Vi

Por que desenhamos?





Enquanto você atendendo o telefone, já se pegou fazendo algum tipo de desenho ou rabisco? Já percebeu que tem alguns desenhos que você sempre repete e às vezes por anos? Já parou para pensar porquê? Pois é, o ato de desenhar e rabiscar é inerente ao ser humano. Desde pequenos nos comunicamos com o mundo através de nossos desenhos.
POR QUE TODAS AS CRIANÇAS DESENHAM QUANDO PEQUENAS E A MAIORIA PÁRA DEPOIS DOS 8 ANOS?
Quem nos dá a resposta é a Drª Betty Edwards, autora americana do livro Drawing On The Right Side of The Brain (“Desenhando Com o Lado Direito do Cérebro”, Edições Ediouro). Segundo Edwards, os dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) têm funções especificas diferentes. O lado direito é o hemisfério das artes, por ser altamente visual. Ele não entende as coisas por meio de palavras. As crianças não-alfabetizadas têm esse lado desenvolvido e, ao verem uma cadeira, desenham uma cadeira por não saberem juntar as letras-símbolo que escrevem a palavra CADEIRA. O recurso que elas têm é desenhar o que vêem. E costumam desenhar as coisas com tantos detalhes que surpreende até mesmo os adultos! Quando as crianças começam a aprender a ler e escrever, iniciam o desenvolvimento do hemisfério esquerdo do cérebro, que é o lado que usa símbolos para acelerar o pensamento. Então, ao pedir para a criança alfabetizada que desenhe uma cadeira, ela fará um desenho o mais simples possível, porque não há mais lógica em perder tempo com detalhes de uma coisa que ela sabe trocar por uma palavra.
O que precisa ser feito então é propor que “desliguemos” um pouco o lado esquerdo que está dominando e “liguemos” o lado direito, que é o hemisfério que sabe ver o desenho como só os desenhistas sabem ver. Sim, porque quem vê bem já tem 50% do desenho pronto. Portanto, é comprovado cientificamente que desenhar não tem nada a ver com dom! É tudo apenas falta de continuidade, pois se ao entrarmos para a alfabetização tivéssemos uma professora de desenho junto à professora que vai nos ensinar a ler e a escrever, todos seríamos desenhistas!Preste mais atenção em seus desenhos eles falam de você, são uma parte de você. E entre nesse mundo fantástico, que é simplesmente seu inconsciente. Experimente desenhar mais, preste atenção em suas obras, as cores escolhidas, os conteúdos, a paisagem etc... E você vai perceber que seu inconsciente o tempo todo quer se manifestar e aí será uma grande viagem de autoconhecimento. Nota importante: Não se importe com a estética do desenho, é o menos importante, o mais importante seu olhar sobre o conteúdo de seu desenho.

Fonte: A arte de estar bem da Bete Affonso

terça-feira, 22 de junho de 2010

Como interpretar os desenhos das crianças


(Pablo Zevallos)














O desenho pode ser, na infância, um canal de comunicação da criança e seu mundo exterior. Segundo os psicólogos da Unidade de Desenvolvimento Psicológico e Educativo de San Salvador, por ética, só uma pessoa especializada, como alguns psicólogos, pode interpretar os desenhos, seguindo protocolos estabelecidos para esse fim.

O especialista deve levar em conta a condição biográfica e familiar da pessoa que desenhou, bem como sua história pessoal, que servirá como marco de referência de quem está fazendo o desenho. Além disso, é necessário levar em conta que um desenho é importante, mas não define tudo. É uma expressão de sentimentos e de desejos que podem ajudar a saber, por exemplo, como se sente a criança a respeito da sua família, sua escola, etc. Através dos desenhos das crianças, pode-se observar detalhes que para uma pessoa adulta pode passar despercebido. O desenho pode ser, na infância, um canal de comunicação entre a criança e seu mundo exterior. A primeira porta que a criança abre o seu interior.
Formas de interpretação do desenho infantil

Existem algumas pistas que podem orientar os pais sobre o que diz o desenho do seu filho. No entanto, são puramente orientações. Segundo a especialista canadense, Nicole Bédard, o desenho diz muitas coisas. Exemplos:

Posição do desenho – Todo desenho na parte superior do papel, está relacionado com a cabeça, o intelecto, a imaginação, a curiosidade e o desejo de descobrir coisas novas. A parte inferior do papel nos informa sobre as necessidades físicas e materiais que pode ter a criança. O lado esquerdo indica pensamentos que giram em torno ao passado, enquanto o lado direito, ao futuro. Se o desenho se situa no centro do papel, representa o momento atual.

Dimensões do desenho - Os desenhos com formas grandes mostram certa segurança, enquanto os de formas pequenas parecem ser feitas por crianças que normalmente precisam de pouco espaço para se expressar. Podem também sugerir uma criança reflexiva, ou com falta de confiança.

Traços do desenho - Os contínuos, sem interrupções, parecem denotar um espírito dócil, enquanto o apagado ou falhado, pode revelar uma criança um pouco insegura e impulsiva.

A pressão do desenho - Uma boa pressão indica entusiasmo e vontade. Quanto mais forte seja o desenho, mais agressividade existirá, enquanto as mais superficiais demonstra falta de vontade ou fadiga física.

As cores do desenho – O vermelho representa a vida, o ardor, o ativo; o amarelo, a curiosidade e alegria de viver; o laranja, necessidade de contato social e público, impaciência; o azul, a paz e a tranquilidade; o verde, certa maturidade, sensibilidade e intuição; o negro representa o inconsciente; o marrom, a segurança e planejamento. É necessário acrescentar que o desenho de uma só cor, pode denotar preguiça ou falta de motivação.

Esses tipos de interpretação, são apenas uma pincelada dentro do grande mundo que é o desenho infantil. Não devemos generalizá-los. Cada criança é um mundo, assim como as regras de interpretação do desenho infantil. Se alguma coisa te preocupa no seu filho, e se for necessário, busque um especialista.

Fonte: http://br.guiainfantil.com

domingo, 6 de junho de 2010

Tornar-se Psicopedagogo - João Beauclair

Tornar-se Psicopedagogo: Uma Questão Instigante

Autor: João Beauclair

Resumo:
Este pequeno texto busca, a partir da própria vivência do autor, ampliar alguns referenciais sobre a formação inicial e continuada do/a psicopedagogo/a e alguns aspectos vinculados a sua profissionalidade. Delineiam-se aqui os principais desafios da Psicopedagogia hoje e aponta para alguns suportes teóricos necessários à práxis psicopedagógica.

Palavras-chave: Psicopedagogia, profissionalidade, formação continuada, teoria e prática.

Introdução
Tornar-se psicopedagogo/a é uma questão instigante porque nós nos fazemos à medida que caminhamos nas trilhas abertas por outros/as. Minha inserção pessoal no campo psicopedagógico aconteceu num momento de busca de referenciais que sustentasse minha própria prática enquanto educador preocupado com os dilemas vivenciados no espaçotempo escola. Acredito que cada um de nós constrói seus próprios conhecimentos por meio de aproximações sucessivas direcionadas aos objetos que queremos conhecer. Percebo que neste processo modificamos nossas compreensões e podemos também contribuir para que outros/as possam resignificar as compreensões anteriormente construídas.
Assim, entendo que a busca teórica deve sinalizar para a construção de referenciais que podem ser re-elaborados, reestruturados, à medida que teoria e prática são termos em contínua aproximação e revisão permanente.
Muitas são as referencias que trazemos de nossa formação inicial e, em nossa continuada trajetória enquanto aprendentes, muitas são as leituras feitas de diversos autores que caracterizam as buscas anteriormente citadas, propiciadoras de estudos, discussões, sínteses e fomentadoras de nossos movimentos de autoria de pensamento.
No percurso desta trajetória, vamos elaborando articulações entre diferentes campos do saber e, entre confrontos e conflitos, nossas caminhadas continuam, exercendo nossas potencialidades e buscando minimizar as limitações presentes em nossa cotidianidade, seja no exercício da docência, seja como pesquisadores (autônomos muitas vezes) e ou enquanto “curiosos epistemológicos” em Psicopedagogia, como costumo explicitar em determinados momentos de minhas ações docentes.

Trajetória de espaços e tempos:o vivido refletido
Em minha trajetória recente, em cursos de pós-graduação e nas produções deles resultantes, minha maior preocupação tem sido a de ampliar conhecimentos sobre o cotidiano institucional da escola, onde Direitos Humanos, Ética, Valores Humanos, Cidadania, Interdisciplinaridade e Transversalidade sejam presentes e apontem a alternativas possíveis aos dilemas vivenciados - e nem sempre enfrentados- no espaçotempo da escola.
Neste movimento procuro estímulos para um melhor aprofundamento nestas questões. Encontrei na Psicopedagogia, este campo do conhecimento humano, interdisciplinar em sua epistemologia e transdisciplinar em sua evolução, terreno fértil para a construção, reconstrução e ressignificação de meus próprios processos de pesquisa e autoria de pensamento.1
A Psicopedagogia, área do conhecimento relativamente nova, ainda apresenta pouco consenso no que se refere ao seu objeto de estudo, mas concordo com SILVA (1998), quando nos diz que é “o homem enquanto ser em processo de construção do conhecimento, ou seja, enquanto ser cognoscente” o foco central de sua pesquisa, estudo e aprofundamento.2
Desta forma, podemos observar que o psicopedagogo é profissional de ação cuja práxis implica um amplo conjunto de atitudes, que envolve a si mesmo e aos outros/as enquanto seres humanos nos processos de aprendência.
Na procura de sedimentar esta observação, torna-se psicopedagogo é uma questão instigante pois nossas ações, enquanto aprendensinantes e no nosso desenvolvimento profissional em ações refletidas, devem privilegiar uma outra racionalidade: reflexiva, interativa, dialógica.
Torna-se psicopedagogo exige nossa compreensão que as organizações e instituições produzem valores, crenças, conhecimentos e práticas sociais. Tais produções são movidas pelo desejo, pela busca de soluções novas para os complexos problemas por nós vivenciados, sabendo que a profissionalidade do psicopedagogo perpassa pela complexidade dos diferentes desafios que atualmente se colocam à escola, de um modo geral , e aprendizagem em particular.
Cabe sabermos que soluções prontas e acabadas não existem e nem são aplicadas rotineiramente no cotidiano da escola e que é, cada vez mais, nos é exigido um olhar, uma escuta, uma capacidade de leitura e de releitura para encontrarmos soluções estratégicas adequadas a cada “espaçotempo” de nossas ações e inserções.
Torna-se psicopedagogo é um processo que, pela sua complexidade, nos exige a criação de competências e habilidades fomentadoras de multidimensionais olhares de investigação (na e pela) ação permanente, além da consciência de que a nossa formação nunca será concluída, visto que na nossa práxis a pesquisa e a continuada formação deve ser uma constante (BEAUCLAIR,2004a, 2004b).

O protagonismo do psicopedagogo e sua profissionalidade
Entre os estudiosos da Psicopedagogia é idéia aceita definir que a Psicopedagogia está se constituindo como campo do conhecimento humano voltado ao agir, ao fazer e ao pensar sobre as dificuldades de aprendizagem e os processo que lhe são inerentes. Em nosso cotidiano, inúmeros desafios ocorrem em nosso “espaçotempo” vivencial, pois estamos todos/as imersos no nosso complexo mundo em permanente movimento, impulsionados pelo desejo de superar as limitações que possuímos em nossas formas e modos de agir e pensar na cotidianidade que nos inserimos.
Dois desafios distintos surgem aqui: o primeiro vincula-se a própria formação do psicopedagogo/a, percebida em sua rede repleta de interrogações e que precisa tratar, cada vez mais, do resgate da reflexão e do reconhecimento das autorias de pensamento. O segundo vincula-se a própria profissionalidade do psicopedagogo, que ainda não está reconhecida e que, no caso especifico de nosso país, possui a ABPp como grande elo de interlocução neste sentido, voltada, entre outros objetivos, para que a profissão seja efetivamente reconhecida.3

Desafios da Psicopedagogia hoje: suportes teóricos e práticos e pressupostos à práxis psicopedagógica.
O encontro com suportes teóricos e práticos para a práxis psicopedagógica deve se dar deste o momento inicial da formação do psicopedagogo. A própria proposta curricular da ABPp é um belo desafio, pois há sempre entraves a serem vencidos quando que o que se fomenta é a vontade e o desejo de fazer o melhor possível para que nos cursos que temos e atuamos, a formação seja a melhor possível. Claro que aqui se delineia um tema complexo e polêmico, mas o fundamental é ter como foco o fato de que é

“preciso (re)aprender, ou melhor, des-aprender: des-aprender a separação e a divisão dos fenômenos; é mister a-preender, a-prender a compreensão, as nossas potencialidades de síntese e de elaboração sistêmica. Neste processo, busca-se uma visão mais aberta, ampliada das próprias tramas da vida.”4

Discuto, numa proposta de matriz de competências e habilidades para formação em Psicopedagogo, a necessidade do desenvolvimento humano que privilegia a herança cultural de nossa trajetória histórica, sendo que este processo deve ser efetivamente vivenciado nos cursos de formação: é preciso saber da complexidade de nossa formação enquanto seres historicamente constituídos e socialmente aprendentes e ensinantes, que no hoje, no aqui e no agora, estamos imersos numa era complexa e pós-industrial, onde os desafios são outros, diferentes de tempos anteriores, vividos por outras gerações que nos antecederam e até mesmo por nós, nesta nossa trajetória de mundo em rápidas transformações ocorridas a partir dos meados do século XX.5
Como sujeitos autônomos, que agimos/interagimos neste mundo complexo e mutante, e enquanto psicopedagogos ocupados em dar novos significados à vida daqueles que por ventura nos deparamos em nossas ações clínicas e/ou institucionais, é essencial estabelecer vínculos com nossos próprios processos de desenvolvimento humano, percebendo que os conceitos de alteridade, compreensão do ser, pensar reflexivo, ócio criativo, atividade espontânea, brincar e aprender, jogos, subjetividade, psicodrama entre outros, não são modismos, mas sim estratégias para que, enquanto seres humanos, possamos avançar, rompendo barreiras num processo permanente e desafiador, propiciador de posturas novas, que nos levem para além dos poucos minutos que nossa atenção pode deter-se.
Tornar-se psicopedagogo: uma questão instigante, que nos leva a reflexão, pesquisa, busca por uma práxis profissional onde nossa percepção seja aguçada e possibilitadora de um novo olhar, de uma nova maneira de ser, de estar bem, nos nossos espaços solitários, nas nossas ações coletivas, em nossa vida, com o encorajamento de sabermos que o essencial é intercambiar, ousar aproximar-se, pois esta é, talvez a maior possibilidade que temos para irmos ir adiante, para que enquanto humanos possamos “e-vo-lu-ir”, fluir. Então façamos, todos, este movimento.


1- Neste aspecto, conferir: BEAUCLAIR, João. Psicopedagogo/a pesquisador/a: aprendendo outras lições, buscando novos caminhos. Publicado em abril de 2004 no site http://geocities.yahoo.com.br/simaiapsicopedagoga e BEAUCLAIR, João. Autoria de pensamento, aprendências e ensinagens: novos modelos e desafios na produção de conhecimento em Psicopedagogia. Publicado no site da ABPP www.abpp.com.br , em abril de 2004.
2- SILVA, M. C.A. Psicopedagogia: em busca de fundamentação teórica. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1998, p.60.
3- No site da Associação Brasileira de Psicopedagogia, há material bastante relevante , inclusive com a trajetória desta questão no Brasil. www.abpp.com.br
4- BEAUCLAIR, João. Psicopedagogo/a pesquisador/a: aprendendo outras lições, buscando novos caminhos. Publicado em abril de 2004 no site http://geocities.yahoo.com.br/simaiapsicopedagoga
5- BEAUCLAIR, JOÃO. Psicopedagogia: trabalhando competências, construindo habilidades. Editora WAK , Rio de Janeiro, 2004.

Referências bibliográficas:

BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Coleção Olhar Psicopedagógico, Editora WAK, Rio de janeiro, 2004(a).
___________,____. Psicopedagogo/a pesquisador/a: aprendendo outras lições, buscando novos caminhos. Publicado em abril de 2004 no site http://geocities.yahoo.com.br/simaiapsicopedagoga
___________,____. Autoria de pensamento, aprendências e ensinagens: novos modelos e desafios na produção de conhecimento em Psicopedagogia. Publicado no site da ABPP www.abpp.com.br , em abril de 2004(b).
___________,____.(org). Psicopedagogia: espaço de ação, construção de saberes. Coleção Olhar Psicopedagógica. Editora WAK , rio de janeiro, 2004.
FERNANDÉZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Editora Artes Médicas: Porto Alegre, 1990.
___________,_____. O saber em jogo: a psicopedagogia possibilitando autorias de pensamento. Editora ARTMED, Porto Alegre, 2001.
MATURANA, Humberto. A ontologia da realidade. Editora UFMG. Belo Horizonte. 2001.
SILVA, M. C.A. Psicopedagogia: em busca de fundamentação teórica. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1998.
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João Beauclair - Consultor e professor nos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional e de Pós-graduação em Fundamentos do Ensino da Arte do Instituto de Educação Segmento, Salvador, Bahia; Conferencista e palestrante sobre temas educacionais em diversos eventos, congressos e fóruns nacionais; Professor nos cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Fundação São José, Itaperuna, RJ; Psicopedagogo pela UCAM - Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro; Mestre em Educação e Pós-graduado em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira – Rio de Janeiro; graduado em História pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia; Especialista em História do Brasil pela UFF – Universidade Federal Fluminense; professor na rede pública estadual do Rio de Janeiro; Associado a ABPP: Associação Brasileira de Psicopedagogia e a ABRH: Associação Brasileira de Recursos Humanos; escritor, ambientalista, poeta, ensaísta e autor de dive! rsos artigos sobre Psicopedagogia, Educação, Meio Ambiente, Ecologia Humana, Direitos e Valores Humanos. Coordenador da Coleção Olhar Psicopedagógico, da Editora WAK, Rio de Janeiro.joaobeauclair@yahoo.com.br



terça-feira, 11 de maio de 2010

Educar: quem, como, para quê, por quê?


Cada pessoa é um ser contigente. A evolução biológica criou as espécies, a evolução social deu forma a cada sociedade. Não há uma significação absoluta/verdadeira a ser alcançada. Mas, apesar de não acreditarmos num bem absoluto, podemos valorizar tudo de bom que conhecemos e, não acreditando num "mal" absoluto, lutamos contra o que acreditamos ser um mal. Mesmo vivendo numa sociedade cada pessoa não deixa de ser um indivíduo. A tensão dinâmica entre esquemas sociais e esquemas individuais propicia um espaço no qual a liberdade pode ser construída/definida. O objetivo da educação é construir uma plataforma que possibilite este este espaço de liberdade e mudança.

ARBID, M., HESSE, M. The construction of reality. Cambridge University Press, 1987.


E você, o que pensa sobre o EDUCAR?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tipos de Mãe!

Lannoy Dorin

Numa pesquisa que fizemos há algum tempo, alunas de uma escola de nível médio indicaram os seguintes tipos de mãe:

1-Mãe superprotetora. É aquela que faz tudo pela criança e não a deixa pensar, decidir e agir sozinha. É a mãe loba, a mãe de miss, que amamenta e protege, mas que também impede o processo de individuação da filha (ou do filho), o processo de busca da auto-identidade da criança e da jovem.
As conseqüências de comportamentos superprotetores da mãe são as mesmas dos comportamentos de rejeição: a criança é insegura, dependente e incapaz de resolver seus próprios problemas e integrar-se na vida social.
Esse tipo de criança insegura espera de sua professora o que sua mãe faz por ela, mãe que, quando a filhinha briga na escola, sem saber das reais razões, volta-se contra a professora e a diretora

2-Mãe agressiva. Soltando fogo pela boca o dia todo, esta mãe, poço de conflitos e frustrações que vêm desde a infância, contesta tudo que a criança diz, sente ou faz. Não conversa com os filhos e pensa que o castigo modifica a conduta deles. Exige antes de dar e pune antes de perguntar. Aconselhar? Isto está fora de seu estilo.
A criança que tem uma mãe agressiva teme quem teria de amar. Você já pensou que influência tem isso no comportamento daquela que no futuro será namorada, depois mãe e mais tarde avó?
Na escola, a criança vítima desse tipo de mãe é a agressiva com as colegas mais fracas e medrosa e apática em relação às mais fortes. Por exemplo, em atividades de grupo, esconde-se, para evitar as mais impulsivas, e nas atividades ordenadas pela professora é apática, isto é, não faz as lições senão a muito custo.
A criança filha de mãe agressiva não aprende a se relacionar socialmente de modo sadio e vive desconfiada de todo mundo. Não chora, mas não ri. É amarga e apenas sorri quando algo de ruim acontece com as outras meninas.

3-Mãe autoritária. É a que vive "pegando no pé" dos filhos. Perfeccionista, impõe e cobra um comportamento adulto da criança. Não deixa a filha brincar e é incapaz de sorrir. A conseqüência disto é uma criança dependente, que se isola para evitar a mãe "militar" e pessoas que dão ordens. Na escola, só obedece quem fala mais alto, quem realmente manda e castiga se não for obedecida. Porém, quando surge uma oportunidade para agir sem ser observada, é destrutiva.
Assim como a filha da mãe agressiva é revoltada, a da autoritária é destrutiva.

4-Mãe tímida. É a quieta e tristonha, fechada e infeliz. Quase não se comunica. Ora tem medo de ser dominadora e exigente, ora de ser permissiva e bondosa demais. Enfim, está sempre dizendo, sentindo e agindo de modo oposto ao que diz sua razão, seu ego.
No relacionamento com marido e filhos, é pessoa apagada e incapaz de levar adiante um diálogo. E quando tenta se relacionar consigo mesma, vê-se corno um ser vazio, que tem medo de sondar as causas de sua vida sem sentido.
A criança com mãe desse tipo tem medo de falar, de conversar, entabular relações afetivas mais duradouras. Vive fechada em seu mundo oco, uma espécie de casa grande vazia. Encapsulada, vive entre aspas, um mundo imaginário. Lamenta o passado, sonha com o futuro e não consegue viver o presente. Será o adulto que viverá só para si; será ensimesmado e improdutivo em termos de vida social.

5- Mãe "histérica". É o modelo da pessoa chamada neurótica. Vive gritando, porque não sabe dialogar, e quando sua insegurança atinge o máximo, representa o papel de criança, que ninguém entende, que sofre e que exige carinho.
A dita neurótica é a pessoa que não vive, mas representa que vive, tal qual uma atriz no palco. Tem reações infantis quando se vê frustrada ou em conflito. E não raro tem dores por todo a corpo e paralisias nos membros.
Com mãe imprevisível como essa, a criança vive assustada, de olhos arregalados e mãos tremendo. Se não ficar gaga, terá tiques nervosos, como o piscar demais. Com tendência à obesidade, comerá demais quando ansiosa. Se for do tipo magro, será esquelética e pálida.
Imitando a mãe, a criança "histérica" será desobediente para chamar a atenção e terá uma vida exterior aparentemente saudável: fala, grita, brinca, etc., mas nunca revela seu mundo interior, que é o oposto do que ela apresenta.
O oposto da criança acima, ou seja, a que não segue a mãe, é a retraída, tímida, quieta, ausente e... infeliz.

6- Mãe adulta. Responsável, ensina as crianças pelo exemplo. Sabe a hora de brincar e a de falar sério. Dialoga com os filhos adolescentes. Não se opõe ao marido na frente dos filhos e exige dele o mesmo respeito. Quer ordem e disciplina, mas não através de ameaças de castigo. É capaz de mostrar na prática que algumas regras são básicas para uma vida organizada. Ponderada, nunca julga à primeira vista. Contesta e aceita ser contestada, respeitosamente. Não transmite aos filhos preconceitos e não discrimina as pessoas pelas aparências, idéias ou sentimentos. Vibra com o sucesso dos filhos, porque é amiga e caminha com eles. Em suma, entende o que seja mutualidade. Por isso dá antes de exigir. Não impõe demais e nem faz chantagem. Caminha para a frente e os filhos vão atrás, queira ou não o marido. Faz pelos outros o que serve para fortalecê-la. Por ex., ao ajudar o próximo percebe que só dá quem tem, e esse ato engrandece o doador. E educadora e terapeuta. Transforma o mundo que a cerca, e nessa luta se transforma para melhor. Não vive das sombras do passado e nem das ilusões do futuro. Tem os pés no chão. Segue o Torá: “Não faças a teu próximo o que a ti te resulta odioso”.
A criança que tem uma mãe adulta, na escola será sociável, amistosa, alegre e produtiva. Exercerá algum tipo de liderança, sem dúvida, mas saberá respeitar a individualidade dos colegas. Não agride ninguém, mas sabe dar o troco se for agredida. Responsável, aceita seus erros, mas não fica a se lastimar. Olha para a frente e assume seu novo papel.
Como a mãe adulta não é egocêntrica, vai ensinando a filha a ser autônoma, não dependente, autêntica, sociável e objetiva.



Na verdade, esses não são tipos de mãe, mas sim traços, características que todas as mulheres e todos os homens possuem. Ao apontar uma mãe como histérica ou autoritária, a adolescente está realçando um traço, um atributo que é bem periférico, perceptível. freqüente. Mas, como disse o Mestre, “não julgues para não seres julgado". O melhor é não julgar, mas discutir.
Em Psicologia Clínica não se analisam os traços das pessoas como bons ou maus. O psicólogo clínico (psicoterapeuta) não é um moralista, figura antipática por natureza. Ele ajuda o cliente a avaliar-se, a ver se seus traços de personalidade mais estáveis estão permitindo um viver saudável.
www.comportamentohumano.net



Parabéns a todas as mães por seu dia!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Educação com afeto

"Receber educação é um direito de todos, assegurado pela Constituição Brasileira. No entanto, a maioria permanece à margem desse direito, pois ainda não teve a chance de adentrar no mundo dos saberes, dos conhecimentos e das técnicas.

O homem só se desenvolve plenamente pela educação e por sua relação com os outros, em que a troca de conhecimentos e experiências proporcionarão construir sua história de vida. Para isso, precisamos investir e contribuir com nosso trabalho, na construção de uma pedagogia na qual ele resgate sua auto-estima e demonstre sem nenhum medo a sua capacidade de afeto, ficando feliz com a felicidade do outro. Precisamos construir e reconstruir o mundo a partir de laços afetivos que tornem as pessoas e as situações preciosas, portadoras de valor.

A retomada desses laços será possível por meio de um processo educativo voltado para este fim, buscando novas vertentes que levem o homem a redescobrir-se no que tange a seu afetivo emocional, cabendo aos educadores e professores essa ação incentivadora, valorizando o ser humano, a pessoa, aqui representada na categoria de aluno.

Ao demonstrar afetividade no relacionamento educando/educador, estamos investindo numa educação com qualidade humana, capaz de reverter a aprendizagem mecânica e fria que assola a maioria das salas de aula."


( Trecho do texto de Ester Ratis de Santana: Pedagoga. Mestre em Educação. São Luís / MA. E-mail: eratis@zipmail.com.br - Retirado da Revista do Professor – Ano 23 – Número 92 – outubro/dezembro 2007 )


Fonte: http://paixaodeeducar2.blogspot.com/

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Medo do medo

Lya Luft*
"Querendo ser politicamente corretos, estamos cometendo
um triste engano, deformando histórias e até cantigas
que fazem parte do nosso imaginário mais básico
"
Tenho observado alguns esforços psicopedagógicos no sentido de tornar nossas crianças politicamente corretas - postura que muitas vezes nos transforma em seres tediosos, sem graça nem fervor. Contos de fadas, por exemplo, alimento da minha alma de criança, raiz de quase toda a minha obra adulta, sobretudo romances e contos, foram originalmente - dizem estudiosos -narrativas populares, orais, de povos muito antigos. Assim eles representavam e tentavam controlar seus medos e dúvidas, carentes das quase excessivas informações científicas de que hoje dispomos. Nascimento e morte, sexo, sol e lua, raios e trovões, o brotar das colheitas lhes pareciam misteriosos, portanto fascinantes.
Muito mais recentemente, escritores como Andersen e os irmãos Grimm adaptaram tais relatos ao mundo infantil e criaram suas maravilhosas histórias, que unem, como a vida real, o belo e o sinistro. Uma sereia quer pernas para namorar seu príncipe na praia, mas o sacrifício é terrível, a cada passo de suas novas pernas, dores inimagináveis a dilaceram. Uma princesa, sua família, séquito e criados do castelo dormem um sono profundo, maldição de uma fada má, e só serão libertados pelo príncipe salvador - que, é claro, sempre aparece. Branca de Neve, Rapunzel e dezenas de outros personagens alimentaram nossa fantasia e continuam a alimentar a das crianças que têm sorte, cujos pais e escolas lhes proporcionam contato cotidiano com esses livros.
Porém, faz algum tempo, há um movimento para reformular tais relatos, tirando-lhes sua essência, isto é, o misterioso e até o assustador. Lobos seriam bobalhões e vovozinhas umas pândegas, só existiriam fadas boas, e as bruxas, ah, essas passam a ser velhotas azaradas. Até cantigas de roda seculares tendem a ser distorcidas, pois atirar um pau num gato é uma crueldade, como se fosse preciso explicar isso para as crianças saberem que animais a gente ama e cuida - se é assim que se faz em casa.
Vejo em tudo isso um engano e um atraso. Impedindo nossas crianças do natural contato com essas antiquíssimas histórias, que retratam as possibilidades boas e negativas do mundo, nós as deixamos despreparadas para a vida, cujos perigos entram hoje em seus quartos, rondam escolas e clubes, esperam na esquina com um revólver na mão de um drogado, ou de um psicopata lúcido e frio, sem falar nos insidiosos pedófilos na internet.
Estamos emburrecendo nossas crianças e jovens, mesmo querendo seu bem? E, afinal, o que será o seu bem? Ignorar o que existe de sombrio e mau, caminhar feito João e Maria alegrinhos, não abandonados pelos pais, mas procurando borboletas no mato? Receio que a gente esteja cometendo um triste engano, deformando histórias e até cantigas que fazem parte do nosso imaginário mais básico com arquétipos humanos essenciais.
Em compensação, adolescentes e crianças procuram o encanto do misterioso lendo sobre vampiros, bruxos e avatares, vendo seus filmes e pesquisando na internet. Por que isso? - me perguntou recentemente um pai. Porque, neste momento de altíssima tecnologia, a alma humana busca a expectativa, o segredo e o susto. Precisa conhecer o mal para se acautelar e se proteger, o belo e o bom para crescer com esperança. Mas nós, pedagogos e pais, nem sempre seguros e informados, começamos a querer alisar excessivamente a estrada para eles, não lhes ensinando que o mal existe, assim como o bem, que o belo nos atrai, assim como o monstruoso, e que é preciso desenvolver discernimento (gosto dessa palavra), isto é, a capacidade de entender e distinguir o melhor do pior, a fim de fazer com mais clareza e segurança as inevitáveis escolhas.
Mas se, porque isso nos tranquiliza, tratamos as crianças como imbecis, e queremos nosso adolescente infantilizado por um longo tempo, exigindo-o cada vez menos em casa, na escola e nas universidades - embora deixando que se sexualize de forma precoce e criminosa -, vai ser difícil que tenham informação, capacidade de julgar e escolher, que seriam nosso maior e melhor legado para elas.


Fonte: http://veja.abril.com.br/310310/medo-p-024.shtml



*Lya Luft nasceu no dia 15 de setembro de 1938, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul.

Por se tratar de cidade de colonização alemã, as crianças, em quase sua totalidade, falavam alemão, e os livros utilizados nas escolas vinham da Alemanha. Com onze anos, Lya decorava poemas de Goethe e Schiller.

Posteriormente, estudou em Porto Alegre (RS), onde se formou em pedagogia e letras anglo-germânicas.

Iniciou sua vida literária nos anos 60, como tradutora de literaturas em alemão e inglês. Lya Luft já traduziu para o português mais de cem livros. Entre outros, destacam-se traduções de Virginia Wolf, Reiner Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann. Ela diz que traduzir é sua verdadeira profissão. E que faz tradução para ganhar dinheiro. Mas também porque gosta. Um trabalho que exige respeito. Seu desejo é aproximar o escritor estrangeiro do leitor brasileiro. Confessa que não pode ser inteiramente fiel, porque pode-se correr o risco de ninguém entender nada. Mas não faz um carnaval em cima do texto alheio, não inventa, não cria frases que não existem.

Obras:

  • Canções de limiar, 1964
  • Flauta doce, 1972
  • Matéria do cotidiano, 1978
  • As parceiras, 1980
  • A asa esquerda do anjo, 1981
  • Reunião de família, 1982
  • O quarto fechado, 1984
  • Mulher no palco, 1984
  • Exílio, 1987
  • O lado fatal, 1989
  • O rio do meio, 1996
  • Secreta mirada,1997
  • O ponto cego, 1999
  • Histórias do tempo, 2000
  • Mar de dentro, 2000
  • Perdas e ganhos, 2003
  • Histórias de bruxa boa, 2004
  • Pensar é transgredir, 2004
  • Para não dizer adeus, 2005
  • Em outras palavras, 2006
  • O silêncio dos amantes, 2008

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Taxas de associação da ABPp

Valor da inscrição de R$ 20,00 mais valor da anuidade de 2010:

ASSOCIADOS CONTRIBUINTES PESSOA FÍSICA

a)
Pagamento efetuado a vista: Cota única de R$ 188,00 até 15/03/10. Após esta data acréscimo de 1% ao mês.

b)
Pagamento efetuado em 3 parcelas no valor de R$ 66,00, com vencimentos em 20/03/10, 20/06/10 e 20/09/10.


ASSOCIADOS CONTRIBUINTES PESSOA JURÍDICA


a)
Pagamento efetuado á vista: Cota única de R$ 450,00 até 20/03/09. Após esta data acréscimo de 1% ao mês.

b)
Pagamento efetuado em 3 parcelas no valor de R$ 160,00, com vencimentos em 20/05/10, 20/06/10 e 20/09/10.


ASSOCIADOS RECONHECIDOS COMO MEMBROS TITULARES

O valor da anuidade do Membro Titular, devida à ABPp Nacional para o ano de 2010 é de R$ 95,00 com vencimento em 20/05/10.

O pagamento da anuidade dos Membros Titulares é devida à ABPp Nacional e não exclui o pagamento da anuidade como Associado Contribuinte às Seções ou à própria Nacional, em que o Associado estiver cadastrado.


Formulários:
Pessoa Física
Pessoa Jurídica
Associados Titulares

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dispedagogia

Simone Carlberg

O termo “dispedagogia” tem sido utilizado para nomear os sintomas apresentados por uma Instituição na sua prática educativa. Dis, significando dificuldade e pedagogia compreendida como “a arte de instruir, ensinar ou educar crianças”, ou seja, as dificuldades encontradas pela Escola na sua prática, referentes à metodologia de ensino, ou ao vínculo que estabelece com seus alunos.
A Escola enquanto “produtora” de dificuldades de aprendizagem.
Entende-se que a Escola, muitas vezes, produz dificuldades de aprendizagem em seus alunos devido aos obstáculos encontrados para a implantação e execução de um plano curricular. Esta “dispedagogia” é o ponto de partida para a compreensão da complexidade encontrada pela instituição Escola.
A dispedagogia é o conjunto de sintomas apresentados pela Escola, não apenas um termo diagnóstico. (leia o texto na íntegra)


Qual sua opinião sobre este assunto: você acha que as instituições de ensino podem ser "produtoras" de dificuldades de aprendizagem ou a origem dessas encontram-se sempre fora do contexto institucional?


Fonte: http://www.abpp.com.br/abppprsul/artigos/psicopedagogia-institucional-simone-carlberg.doc

terça-feira, 20 de abril de 2010

Regulamentação da profissão de Psicopedagogia

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou no dia 15/12/2009, o Projeto de Lei 3512/08, da deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO), que regulamenta a atividade de psicopedagogia. Aprovada em caráter conclusivo, a proposta seguirá para análise do Senado se não houver recursos de parlamentares.

O relator, deputado Mauricio Quintella Lessa (PR-AL), advertiu que não é possível ao Legislativo ter iniciativa para criar o conselho da classe, como apontou a Comissão de Trabalho, de Administração e de Serviço Público. Ele votou pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa da proposta.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Código de Ética

Código de Ética da ABPp
Elaborado pelo Conselho Nacional do biênio 91/92 e reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96.


Capitulo I - Dos Princípios

Artigo 1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio—família, escola e sociedade—no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia.
Parágrafo Único
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem.


Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no sentido ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprias.


Artigo 3°
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo.


Artigo 4°
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados em 3° grau, portadores de certificados de curse de Pós-Graduação de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.


Artigo 5º
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação interprofissional; (ii) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.


Capitulo II - Das Responsabilidades dos Psicopedagogos


Artigo Artigo 6°
São deveres fundamentais dos psicopedagogos:
a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem do fenômeno da aprendizagem humana;
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões de mundo;
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos limites da competência psicopedagógica;
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações e classe sempre que possível;
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição clara do seu diagnóstico;
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito público.


Capitulo III- Das Relações com Outras Profissões


Artigo 7°
O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este fim, o seguinte:
a) Trabalhar nos estritos limites das atividades que Ihe são reservadas;
b) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento.


Capítulo IV- Do Sigilo


Artigo 8°
O Psicopedagogo está obrigado a guardar sigilo sobre fatos de que tenha conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade.


Parágrafo Único
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas comprometidos com o atendimento.


Artigo 9°
O Psicopedagogo não revelará, como o testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade competente.


Artigo 10°
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados mediante concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal.


Artigo 11º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e não será franquiado o acesso a pessoas estranhas ao caso.


Capitulo V- Das Publicações Científicas


Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes normas:
a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e não ao autor;
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores aquele que mais contribuiu para a realização do trabalho;
c) Em nenhum caso o Psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação;
d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações extraídas de cada autor.


Capitulo Vl - Da Publicidade Profissional


Artigo 13°
O Psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com exatidão e honestidade.


Artigo 14°
O Psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que visem o lucro com venda de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos.


Capitulo VII - Dos Honorários


Artigo 15°
Os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados previamente.


Capitulo Vlll - Das Relações com Educação e Saúde


Artigo 16°
O Psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridade competentes sobre a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde Pública relativas a questões psicopedagógicas.


Capítulo IX- Da Observância e Cumprimento do Código de Ética


Artigo 17°
Cabe ao Psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código.


Artigo 18°
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel observância dos princípios éticos da classe.


Artigo 19°
O presente código poderá ser alterado por proposta do Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.


Capitulo X- Das Disposições Gerais


Artigo 20°
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia da ABPp em
12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado em 19/07/1996, na Assembléia Geral do III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia, da ABPp, da qual resultou a presente redação.

Fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/links/leis/codigo.shtml